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Lembrando Nelson Rodrigues

Em agosto, no dia 23, comemoramos o nascimento de Nelson Rodrigues, há 104 anos.

Entre os títulos da EdUERJ que abordam o jornalista, escritor e dramaturgo, podemos destacar Nelson Rodrigues: persona, de Maria Cristina Batalha, Malditos, obscenos e trágicos, de Nadiá Paulo Ferreira, e Nelson Rodrigues e a obscena contemporânea, de Victor Hugo Adler Pereira.

Nelson Rodrigues

Em Nelson Rodrigues: persona, Maria Cristina Batalha parte do princípio de que o ponto comum entre todas as narrativas de Nelson está na forma como o próprio autor se relacionava com suas criações. Nelson Rodrigues gostava de causar espanto com declarações ousadas e sarcásticas, colocando-se em destaque, como um dos personagens de suas tramas. A professora Batalha procura esse “Nelson-personagem” por meio de uma análise de entrevistas do dramaturgo, mas também da observação das obras e episódios da vida pessoal do criador de O vestido de noiva.

No trabalho multidisciplinar Malditos, obscenos e trágicos, Nadiá Paulo Ferreira se propõe a analisar as obras de Nelson Rodrigues, Gregório de Matos e Fernando Pessoa tendo, como referência, conceitos de Freud e Lacan. Nadiá relaciona, ainda, os escritores e analistas a partir de um tema-vespeiro comum a todos eles – a sexualidade –, a partir do qual foram estigmatizados e tiveram suas obras deslegitimadas socialmente como “menos nobres”. No entanto, embora a ideia de que seus trabalhos e reflexões fossem motivados por caráteres obscenos tentasse impedir sua disseminação, sua produção sobreviveu bem ao tempo.

Já em Nelson Rodrigues e a obscena contemporânea, Victor Hugo Adler Pereira articula reflexões que redimensionam o autor teatral em face a contextos da sociedade atual, assim como propõe uma contraposição à maneira como autores atuais lidam com os valores da psicanálise em suas peças. Nelson Rodrigues faz sentido posto à frente da visão psicanalítica do teatro deste novo milênio? Além de estimular indagações desse teor, Victor Hugo sugere outro debate: tendo Nelson como marco do teatro brasileiro dos anos 1940, o livro contrasta peças do escritor brasileiro com a obra de Eugene O’ Neill, cuja produção foi um marco da renovação do teatro americano do segundo decênio do século  XX. Há também de se ressaltar que Nelson Rodrigues e a obscena contemporânea deriva de uma tese de doutorado, orientada por Affonso Romano de Sant’ Anna.

No aniversário de Nelson Rodrigues, que tal homenageá-lo entendendo melhor o espírito de um dos mais cultuados dramaturgos brasileiros?